Dr. Martin Saavedra Bussyguin
A ética médica e a bioética são campos essenciais que guiam os profissionais de saúde na tomada de decisões complexas, muitas vezes envolvendo vida, morte e qualidade de vida. Esses princípios são fundamentais para garantir que os cuidados médicos sejam prestados de maneira justa, responsável e compassiva. Alguns dos grandes dilemas éticos enfrentados pelos profissionais de saúde são os relacionados a eutanásia, o aborto e a recusa de tratamento pelo paciente.
Em relação a Recusa de Tratamento pelo Paciente verifica-se que é uma área-chave da ética médica, onde pacientes decidem não se submeter a tratamentos recomendados por razões pessoais, religiosas ou outras.
Questões que podem ser trazidas quanto a tal ato dizem respeito ao respeito pela Autonomia do paciente, segundo a qual os profissionais de saúde estão eticamente vinculados a respeitar as decisões dos pacientes, mesmo se discordarem delas. Ainda nesse sentido há a necessária análise da relação Beneficência e Não Maleficência das decisões, segundo a qual os médicos têm a responsabilidade de fazer o bem e evitar dano, inclusive em relação as escolhas do paciente, o que pode conflitar com as escolhas do paciente de recusar o tratamento.
Também é importante a análise da capacidade de tomada de decisão do paciente, que deve determinar se um paciente tem a capacidade mental para tomar uma decisão informada é crucial. Casos envolvendo doenças mentais ou demência são particularmente complexos neste aspecto.
Os dilemas éticos enfrentados pelos profissionais de saúde são complexos e multifacetados, exigindo uma abordagem cuidadosa e ponderada, inclusive com apoio jurídico. A ética médica e a bioética fornecem um quadro para analisar e resolver esses dilemas, mas não oferecem soluções fáceis. Cada caso deve ser considerado individualmente, com um equilíbrio entre o respeito pela autonomia do paciente, o dever de fazer o bem, e o reconhecimento do valor intrínseco da vida humana. Ao navegar por essas questões, os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na manutenção da integridade e humanidade da prática médica, sempre sendo salutar o apoio jurídico especializado.
